terça-feira, 23 de março de 2010

Top 5 anos 90

Na falta de criatividade, resolvi escrever/fazer um top 5 dos meus discos favoritos dessa década tão amaldiçoada, os anos 90, uma década lembrada principalmente pelo fim da guerra fria, ascenção da MTV, Mario 64, Nirvana e Power Rangers. Ou, aqui em Salvador, pelo É o Tchan também. Ok, vou tentar escrever pouco, então, eis os 5 felizardos:

5º: Nirvana - Bleach (1989)


Quando eu tinha 13 anos eu odiava Nirvana. Na verdade, eu nunca tinha ouvido direito, até o dia em que eu ouvi o In Utero e o Bleach. Mas na verdade, você deve estar se questionando sobre o porquê de um top 5 dos anos 90 começar com um disco de 1989. Mas qualquer pessoa com acesso a mídia nos últimos 20 anos sabe o que foi o Nirvana, e o quanto ele sintetizou uma geração, simbolizando os anos 90. Por isso começo esta lista com o debut de Kurt, Krist e Dave. Que selvageria! Simplicidade, distorção, sinceridade e fúria. Eu costumo dizer que tanto as pessoas que dizem que gostam de Nirvana, tanto as que dizem que odeiam, nunca ouviram a banda direito (com Beatles rola a mesma coisa). Eu ouvi direito e não me arrependi.

4º: My Bloody Valentine - Loveless (1991)




Distorção. Distorção. DISTORÇÃO! O clássico disco que definiu o shoegaze. O fenian bastard Kevin Shields faz um show de efeitos de guitarra, a chamada "wall of sound", misturando noise com vocais etéreos.

3º: Alice in Chains - Dirt (1992)


Acho que é uma das coisas que mais lembra minha amizade com Cícero, afinal, o Dirt foi a trilha sonora de alguns dos nossos piores momentos. Ouvir canções como "Dirt" ou "Down in a Hole" fazia com que nossas vidas parecessem menos insignificantes, haha. Alice in Chains, em especial esse disco, foi uma das minhas trilhas sonoras de 2008, no meu 1º ano vivendo o ensino médio.

2º: Pavement - Crooked Rain, Crooked Rain (1994)


Stephen Malkmus é o cara que fez com que a melhor música do Pavement fosse uma canção detonando os Smashing Pumpkins (mas segundo o mesmo, ele não tinha nada contra a música de Billy Corgan e cia., apenas "não entendia o status que eles haviam ganhado"). Ele também tocava em seus shows canções do Oasis, como piada. E, além disso, é o líder do Pavement, banda que agora está voltando de um hiato de 10 anos, e sintetizou o "indie rock" nos anos 90. O Pavement é uma banda que, quando tinham já 4 anos de vida, diziam ter ensaiado no máximo 10 vezes! Os seus integrantes moravam em pontos distintos dos EUA, e ensaiar era praticamente dispensável para eles. Letras irônicas, vocais ora lacônicos, ora berrados, espírito juvenil e o timbre da Fender Jazzmaster de Malkmus são marcas presentes neste disco que conta com a presença da melhor canção do Pavement (In my humble opinion), "Range Life". Stephen Malkmus diz que sua maior influência para compôr/escrever é Lou Reed, talvez por isso eu goste tanto do Pavement.


1º: brincando de deus - Better When You Love (Me) (1995)


brincando de deus? WTF?!!!

O disco dos anos 90 que mais ouço não vem nem de Seattle, nem Londres e nem New York: vem de Salvador, Bahia, cidade-maldita na qual nasci. A brincando de deus fazia/faz (eles voltaram!) bom rock em bom inglês (pois é, afinal inglês macarrônico é sofrível) desde 1992, no começo do ápice de grupos como Chiclete com Banana (irgh!) e Asa de Águia (blergh!), os quais se você não for de Salvador, não devem ter grande significado pra você (ainda bem). As influências dos Smiths e do Joy Division, aliadas a tudo que à época se fazia de rock no Reino Unido e nos EUA, produziu um bom resultado. Esse disco tem tudo: você encontra ecos dos Smiths, flertes com o Sonic Youth, jams com o Joy Division, ou mesmo um affair com Jesus and Mary Chain ou Velvet Underground. É um dos maiores legados do rock baiano, que nos deu bandas como The Dead Billies, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta ou Retrofoguetes. Até hoje eu rio e comento da minha situação no show da volta deles: um único adolescente no meio de um show de uma banda formada quando eu ainda engatinhava, e no qual meus amigos (na faixa dos 15 anos) não foram, mas alguns dos pais deles marcavam presença (Yara, Sora e Yuri). Estou aqui no aguardo para mais shows marcantes de uma banda marcante numa cidada marcante (esta última com enfática conotação ruim da palavra).

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sebadoh



Haha, muita banda de "indie rock" por aí deveria ouvir esse disco. Putaqueopariu, que banda! Que disco! Guitarras até o talo, violões, muitas faixas, vocais lacônicos, e o melhor: tudo isso com qualidade lo-fi.

Recomendado para quem gosta de Sonic Youth, Dinosaur Jr, Pavement, Guided By Voices e Pixies. E quem não conhece nada disso, essa é a hora de conhecer.